POLARIZAÇÃO DE ONDAS
Atualizada em 22/11/2011
Por PY4ZBZ
Figuras
animadas de András
Szilágyi e Takuichi
Hirano ©
Link original :
http://www.qsl.net/py4zbz/antenas/polarizacao.htm
Por
definição, a polarização
de
uma onda eletromagnética é o
plano no qual se encontra a componente ELÉTRICA
desta onda.
Toda
onda eletromagnética é composta de
dois campos, o elétrico e o magnético,
sempre situados em planos
ortogonais (planos fisicamente a 90 graus), e variando
em fase (0
graus). Estes campos se propagam em qualquer material isolante
(dielétrico) com
uma velocidade de propagação, cujo vetor
está a 90 graus dos vetores campo elétrico
e magnético. No vácuo, esta velocidade
é a da luz.
Um
dipolo posicionado verticalmente,
alimentado por um gerador de freqüência F, gera
portanto uma onda eletromagnética
polarizada verticalmente, pois o componente campo
elétrico está
no plano vertical (e conseqüentemente, o
componente campo magnético
está no plano horizontal). Veja a figura
seguinte, onde aparecem os
três vetores E, B e V, com 90
graus físicos entre qualquer um
deles, com E e B variando em fase
ou com zero graus de defasamento
elétrico, característica básica da
onda eletromagnética:

Como
esta onda está sempre situada no
mesmo plano, é chamada de onda com polarização
linear.
As
figuras animadas seguintes ilustram uma onda
com polarização linear vertical, mostrando
apenas o vetor do campo elétrico
(o magnético está sempre presente e a 90 graus
físicos):
 
As
figuras animadas seguintes ilustram uma onda
com polarização linear horizontal, mostrando
apenas o vetor do campo elétrico
(o magnético está sempre presente e a 90 graus
físicos):
 
A
combinação de duas ondas linearmente
polarizadas, uma vertical e outra horizontal, e eletricamente em fase,
resulta em uma onda linearmente polarizada inclinada,
como pode ser visto
nas figuras animadas seguintes:
 
A
combinação de duas ondas linearmente
polarizadas, uma vertical e outra horizontal,
de mesma
amplitude e eletricamente defasadas de 90 graus,
resulta em uma onda circularmente
polarizada, (da mesma forma que uma figura de Lissajous) como
pode ser visto nas figuras animadas seguintes:
 
As
figuras seguintes mostram também como
é obtida uma onda de polarização
circular:


O
exemplo acima é de uma onda LHCP , veja
definição
IEEE a seguir:
Definição
de RHCP e LHCP (norma
da IEEE)

A
figura
seguinte mostra dois dipolos
cruzados A e B, sendo B
alimentado com 90 graus de
defasamento (atrasado) em relação ao dipolo A,
e alimentados com as
polaridades instantâneas indicadas (+). No
pico positivo da tensão senoidal
aplicada ao dipolo A, este gera o vetor 1,
que será o primeiro a
deixar a antena e a atravessar o plano. Um quarto de período
mais tarde, é a
vez do dipolo B receber o pico positivo da
senóide, pois está atrasado
90 graus, e gerar então o vetor 2, que
será o segundo a atravessar o
plano imaginário, e assim por diante, quando chegar o pico
negativo no dipolo A
gerando o vetor 3, e depois o pico negativo da
senóide no dipolo B
gerando o vetor 4 :

Na
figura anterior, temos uma onda com polarização
circular à direita (em inglês: RHCP
Right-Hand Circular
Polarization), porque o vetor gira no sentido
anti-horário (regra da
mão direita) ao atravessar
um plano imaginário e
perpendicular ao eixo de propagação, e visto pelo
lado do plano por onde a
onda sai deste plano (os planos quadrados
nas figuras animadas
anteriores). Evidentemente, visto
pelo lado por onde a mesma onda entra no plano, a
rotação fica invertida: no
sentido horário ! como
acontece quando se olha na
direção de propagação por
trás da fonte (IEEE).
ATENÇÃO:
Por isso
há bastante confusão sobre o assunto... e
também porque em
óptica
clássica,
a definição para luz com
polarização circular é invertida em
relação a
definição da IEEE para antenas e ondas de radio,
que é adotada pela AMSAT,
e outras entidades.
A luz do sol por exemplo, é polarizada randomicamente em
todos os planos, por
isso é chamada de não polarizada, pois
não é nem linear e nem circular.
Filtros ópticos polarizadores permitem separar determinados
planos de
polarização da luz natural.
Trocando
a fase para +90 graus, ou invertendo a polaridade
(fase) de uma
das ondas, teremos uma onda com polarização
circular a esquerda LHCP (Left-Hand
circular polarization). O vetor campo elétrico (e
magnético também !) de uma
onda circularmente polarizada, gira com uma velocidade de
rotação igual a freqüência
da onda, pois faz uma volta completa por ciclo !. Apenas para entender
melhor, poderíamos obter uma onda circularmente
polarizada, girando um dipolo com uma velocidade igual a
freqüência do
sinal...ou seja, em 100 MHz, girando o dipolo 100.000.000 de vezes por
segundo !
Veja
mais um
exemplo de RHCP:
Vermelho:
campo elétrico, verde:
campo magnético. Direção de
propagação: de baixo para
cima.
 |
 |
  |
 |
 |
 |
a |
b |
a+b
(vista saindo do plano) |
abs(a)=1,
arg(a)=0° |
abs(b)=1,
arg(b)=-90° |
RHCP |
a e b : as
duas
ondas linearmente polarizadas e defasadas 90 graus; a+b
: a onda RHCP
resultante.
O
nome
RH e LH (Right-Hand, mão direita e
Left-Hand, mão
esquerda) é derivado da analogia seguinte:

Se
a
rotação for contraria a da figura
acima, aplica-se a regra da mão direita: RHCP.
A
figura
seguinte mostra o resultado da
combinação de duas ondas linearmente polarizadas
e ortogonais, com diferentes relações de amplitudes
e defasamentos,
mostrando que a resultante pode ser polarização linear
V / H / inclinada, elíptica ou
circular. Detalhe importante: nesta
figura a onda é vista se aproximando do
observador (ou saindo do plano),
portanto a onda RHCP agora
roda no
sentido
anti-horário ! Cuidado, tudo é
relativo:

A
figura
seguinte mostra a analogia entre
onda circularmente polarizada RHCP e parafusos com rosca à
direita, e mostra
porque as duas antenas TX e RX de um enlace devem ter
polarizações idênticas, ou
co-polarizadas (veja a
nota na
definição IEEE acima):

Para
quem gosta de matemática, observe a
posição do Pi/2 (=90
graus), que tanto pode afetar a fase de
alimentação
(Omega t) como o deslocamento axial
(k z), donde os dois métodos explicados
mais
adiante:

Vantagens
da polarização
circular:
Uma
vantagem da polarização circular é
não ser afetada pela
rotação de Faraday em ondas que
atravessam a
atmosfera e ou a ionosfera,
principalmente em comunicações via
satélite. Outra vantagem é que
não é necessário ajustar a
polarização das antenas
(posição em torno do
eixo de propagação) como acontece com antenas
linearmente polarizadas.
Características
da
polarização circular:
Uma
característica da
polarização circular
é que muda o sentido de
rotação quando refletida
por um plano
condutor, como por exemplo, refletores planos ou
parabólicos, reflexão lunar,
etc... Na onda linearmente polarizada, muda
somente a fase (inversão ou 180 graus),
quando refletida. Outra característica da
polarização circular é a razão
axial, que é a relação das
amplitudes dos vetores no plano X pelo
plano Y. Num circulo perfeito, esta
relação é 1, ou 0
dB.
Relação axial diferente de 0 dB significa que a
polarização não é
perfeitamente circular, mas elíptica.
Antenas
circularmente
polarizadas.
Método
1 - Do exposto acima, pode se deduzir
que para obter antenas com polarização circular,
a partir de antenas linearmente
polarizadas (dipolos ou Yagis, etc..), basta colocar duas destas
antenas cruzadas a 90 graus, sem
deslocamento
longitudinal, e alimentadas com 90 graus
de defasamento elétrico
(com um cabo com um quarto de onda
a mais no seu
comprimento em uma das antenas por exemplo):

Método
2 - Outra forma de obter este
defasamento é alimentar os dois dipolos em fase,
porém deslocando
um dos dipolos de um quarto de onda do outro,
longitudinalmente no
sentido da propagação, como na foto
abaixo:

Obs.:
os
dois métodos anteriores só geram
uma onda com polarização circular na
direção de maior ganho,
perpendicular ao plano dos dipolos. Fora desta
direção, a onda é elíptica,
e
a 90 graus desta direção, a onda é
linearmente polarizada.
Método
3 - Uma outra forma é usar antenas
que já produzem diretamente a
polarização circular, como por exemplo
as antenas helicoidais (longitudinais ou axiais).
De acordo com a IEEE, o
sentido de rotação
da onda circular gerada por uma helicoidal é o mesmo da
rosca de um parafuso
gigante na qual a helicóide se encaixaria. Na foto
é RHCP, pois
tem "rosca" idêntica a de um parafuso com rosca direita:

Importante: antenas como a
loop
circular, Yagi com aros circulares, magnetic loop, cúbica de
quadro, delta loop,
etc..., geram todas ondas linearmente polarizadas !
Somente uma
helicoidal no modo axial ou longitudinal, ou a correta
associação de duas
antenas lineares quaisquer, permite obter
polarização circular. E duas
helicoidais, uma RHCP e a outra LHCP, alimentadas em fase e
posicionadas lado
lado e no mesmo sentido, geram uma onda com
polarização linear !.
Rejeição
da
polarização
cruzada "X-pol rejection" ou "XPD"
Uma
característica
de qualquer antena
(além de ganho, relação frente/costas,
impedância, banda passante, etc...),
é a sua capacidade (ou não) de rejeição
da polarização cruzada
"X-pol ou cross-pol rejection ou discrimination
XPD" em dB. Ou seja, é a capacidade da
antena em rejeitar
a polarização ortogonal a sua, como por exemplo,
uma antena com polarização
vertical rejeitar a polarização horizontal (e
vice e versa) ou uma antena com
RHCP rejeitar a LHCP (ou vice e versa). Uma antena perfeita teria
rejeição
X-pol infinita.
Esta
rejeição geralmente só é
alta em freqüências
de VHF para cima, principalmente em micro-ondas.
Rejeição alta de
X-pol (20 dB ou mais) permite usar a mesma
freqüência
para duas transmissões simultâneas e
diferentes, uma com RHCP e outra com LHCP,
ou uma na vertical e outra na horizontal, como é o caso em
satélites
de comunicação e TV geoestacionários.
Mas as duas antenas (TX e RX) de cada
enlace devem ter evidentemente o mesmo
tipo de polarização e alta
rejeição X-pol.
Captar
uma onda polarizada circularmente
com uma antena
de polarização linear (ou
vice e versa) causa sempre uma perda de 3 dB !
(nem mais, nem menos. Não há
rejeição X-pol entre
polarizações linear e
circular, ou melhor, a rejeição é
igual à aceitação: -3dB, pois a onda
circular é composta de duas componentes lineares. A antena
linear capta apenas
uma destas componentes, portanto metade da potencia=-3dB). E captar uma
onda
RHCP com uma antena LHCP sofre uma perda igual a
rejeição de polarização
cruzada, que idealmente seria infinita.
Em
freqüências abaixo de VHF, como
em
ondas curtas e medias, a polarização da onda
não mantém o seu plano original
devido a fenômenos de propagação, e as
próprias antenas tem baixa rejeição de
X-pol, permitindo assim usar polarizações
diferentes na
transmissão e recepção, sem muita
perda, ou seja, usar indiscriminadamente
antenas verticais e horizontais para TX e RX, sem muito
prejuízo.
Como
obter RHCP ou LHCP com
dipolos cruzados.
Mostrarei
a seguir como obter na
pratica as formas 1 e 2 mencionadas anteriormente. É claro
que além de dipolos
cruzados, podem ser cruzadas as mais diversas antenas com
polarização linear,
como Yagis e outras. Mas sempre teremos apenas dois pontos de
alimentação, um
em cada elemento radiador, denominados dipolos no texto seguinte.
Método 1 :
Os
dois dipolos estão na mesma
posição longitudinal (no mesmo plano).
Portanto devem ser alimentados com um
defasamento
relativo de 90 graus. A figura seguinte mostra os dipolos vistos
por trás,
portanto olhando na direção
da propagação (se forem de duas Yagis,
são vistos pelo lado dos refletores).
As polaridades instantâneas indicadas correspondem por
exemplo ao condutor interno do coaxial = +,
sendo o -
a blindagem do coaxial ou o outro
lado do balun. Alimentando o dipolo B com um sinal atrazado
90 graus em
relação ao dipolo A, teremos RHCP, pois
quando o dipolo A receber o pico
positivo da senóide, o B não recebe nada. Quando
o B receber o pico positivo,
após 1/4 de período, o A não recebe
nada. Visto por traz, na direção de
propagação, o vetor campo elétrico
passa da posição vertical e para cima,
para a posição horizontal e para a direita,
portanto, rodou à direita ou
sentido horário. ao entrar num plano imaginário
situado na frente da antena. Invertendo este defasamento
relativo ou invertendo a polaridade de
alimentação de um dos dipolos, teremos
LHCP.

A
figura
seguinte mostra um exemplo da
configuração dos cabos, para antenas
com 50 ohms de impedância e obter RHCP,
respeitando as polaridades da figura anterior.
O trecho de cabo D
de 50 ohms e de 1/4 de onda é o que gera o atraso
(ou defasamento)
relativo de 90 graus,
e sem transformar a impedância da
antena. Os dois trechos de cabos Z
de 75 ohms atuam como
transformador de impedância,
transformando os 50
ohms de cada antena em 112 ohms, que ligados em paralelo no T, voltam
para 50
ohms (na verdade 56 ohms...), e introduzem ambos 90 graus de atraso.
Mas o que
importa é que a fase da antena B esteja 90 para
trás da antena A, o que é
feito pelo cabo D.

É
evidente que os cabos Z também
(e somente eles) podem ter comprimentos iguais a múltiplos
impares inteiros de 1/4 de
onda, o que as vezes facilita a sua instalação,
mas desde que os dois cabos
também tenham comprimentos iguais. Nunca
é demais lembrar que o
comprimento de um cabo coaxial é igual ao comprimento
elétrico de onda desejado
no ar, multiplicado pelo fator de velocidade do cabo.
É obvio que também
podem ser feitas outras
combinações de cabos, desde que se consiga
transformar a impedância das duas
antenas em paralelo para 50 ohms e ao mesmo tempo os 90 graus de atraso
relativo.
Trocando a polaridade das conexões de uma das antenas, ou
inserindo mais um
cabo de meia onda em uma delas, teremos LHCP. Uma outra forma alternativa
de ligar os cabos é fazer o paralelo das duas antenas de 50
ohms, o que resulta
em 25 ohms no T, e depois transformar estes 25 ohms para 50 ohms, com
um cabo de
1/4 de onda e 35 ohms, que pode ser feito com dois cabos de 75 ohms em
paralelo,
como mostra a figura seguinte:

Método 2 :
Agora
os dois dipolos (ou as duas
Yagis) são deslocados longitudinalmente de 1/4 de
onda (no ar). Portanto
as duas antenas agora devem ser alimentadas em fase.
Usando novamente a
figura dos dipolos anterior, e supondo que o dipolo B
está mais perto do
observador situado atrás da antena (ou seja,
está mais recuado em
relação ao A na
direção de propagação)
teremos RHCP. A
pequena desvantagem deste método é que o boom da
antena fica 1/4 de onda mais
comprido em relação ao método 1, mas a
grande vantagem em
relação ao
método 1 é que não precisa do cabo
defasador D, que pelo fato de ter
1/4 de onda, pode causar transformação
indesejável de impedância caso a
antena não tenha a mesma impedância que esta cabo
!. A figura
seguinte mostra um exemplo de interligação:

Continuam
valendo as observações
anteriores em relação aos cabos Z,
e mudança de polarização. Veja
um exemplo OZ2OE.
Veja mais um exemplo deste método, por PY2BBS.
Também pode ser usada a seguinte
configuração alternativa de
cabos:

E
nos
dois métodos alternativos
anteriores, a transformação de 25 para
50 ohms pode ser ainda mais
bem feita usando o transformador de Regier
ou 1/12
lambda, como mostra a figura seguinte
(não esquecer o fator de
velocidade do cabo!), com a grande vantagem de usar somente
cabos de 50 ohms
!:

(No
caso das linhas com 75 ohms, a
resultante é 75x75/50=56,25 ohms ou (75/2)x(75/2)/25=56,25
ohms. O
transformador acima fornece exatamente 50 ohms a partir de 25 ohms.)
IMPORTANTE:
em ambos os métodos
1 e 2, o ganho total das duas antenas continua igual
ao ganho de uma
só, contrariamente ao que acontece em sistemas
colineares, onde as antenas
são alimentadas em fase. Se por exemplo, uma antena tem 10
dBi de ganho, duas
delas cruzadas e eletricamente a 90 graus pelo método 1 ou
2, terão um ganho total
de 10 dBic, o c indicando apenas a
polarização circular.
Método
intermediário ao 1 e 2 ...
Podemos
combinar os dois métodos
anteriores (mas para que complicar ?) fazendo com que os 90 graus
necessários
sejam feitos em parte eletricamente e em parte fisicamente. Por
exemplo, podemos
deslocar longitudinalmente as duas antenas de 1/8 de onda
(no ar) o que equivale
a 45 graus elétricos. Ainda faltam 45 graus que
serão feitos com um pedaço de cabo de
1/8 do onda a mais em uma das
antenas, desde
que na antena certa
!. Para obter RHCP por exemplo, usamos o exemplo do
método 1, mas com o
cabo D de 1/8 de onda (não esquecer o
fator de velocidade do cabo) e
deslocamos as antenas como no exemplo 2, mas apenas de 1/8 de onda no
ar.
Qualquer outra combinação, como 1/12 de cabo +
1/6 de onda de deslocamento (30 graus +60 graus)
também funciona... Uma
desvantagem deste método é
que não permite inverter de RHCP para LHCP simplesmente
trocando a polaridade
de uma das antenas.
Conclusão:
é evidente que podem
ser feitas inúmeras outras formas de
interligação, polaridades, comprimentos,
deslocamentos, impedâncias de antenas, impedâncias
de cabos, etc.. Basta verificar
a correta transformação e
combinação de impedâncias,
e como o vetor
onda eletromagnética de cada radiador se
situa na direção de
propagação em
relação ao do outro radiador, incluindo o
defasamento elétrico relativo dos
dois radiadores:

Trocando
em miúdos, veja este exemplo do método
2:

Na
foto acima, temos uma antena feita
por Luciano
PY2BBS. Ela é vista por trás
(como manda a IEEE). O vetor que sai
primeiro desta antena é logicamente o do dipolo mais
adiantado (mais na frente
da antena), que no caso é o dipolo vertical . Como as duas
antenas estão
alimentadas em fase, na mesma hora que o dipolo
vertical recebe o pico
positivo da onda senoidal de tensão, gerando um vetor
vertical para cima (12
horas no relógio, seta para cima), o dipolo
horizontal também recebe
este mesmo pico positivo, e portanto gera um vetor na horizontal e para
esquerda
(9 horas no relógio). Isto porque a polaridade de
ligação dos coaxiais é:
condutor interno para cima no dipolo vertical e condutor interno para a
esquerda do dipolo horizontal. Como o primeiro vetor a sair
da frente da
antena é o vertical para cima (12 horas), seguido (apos um
tempo de um quarto
de período da onda) pelo horizontal à esquerda (9
horas), o vetor, ao se
propagar na direção de
propagação e olhando por trás, rodou
no sentido anti-horário
(de 12 para 9 horas), portanto corresponde a uma onda LHCP. Não
importa
se rodarmos a antena em torno do boom, sempre teremos LHCP, mesmo
virando-a de
costas. A rosca de um parafuso não muda com a sua
posição ! .
Trocando a
polaridade de apenas um dos cabos, por exemplo, ligando o
condutor interno
do coaxial à direita do dipolo horizontal, teremos RHCP,
pois o dipolo
horizontal gera agora um vetor horizontal a direita (3 horas) ao mesmo
tempo
que o dipolo vertical continua gerando o mesmo "12 horas". O primeiro
vetor a deixar a antena continua sendo o "12 horas", seguido, um
quarto de período depois, pelo "3 horas", portanto girando
agora no
sentido horário e gerando, de acordo com a IEEE, RHCP.
Mas se olharmos
de frente para antena, a onda indo em nossa
direção (não mais se afastando),
o sentido de rotação do vetor é
invertido (saindo do plano), mas a
polarização é sempre a mesma. Num
parafuso com rosca direita, você gira a
porca a direita para apertar, e a gira a esquerda para desapertar, mas
a rosca
sempre é direita.
Detalhe interessante:
os dois dipolos também irradiam para trás, em
direção ao observador da foto
anterior, mas gerando uma onda RHCP !. Esta onda será
redirecionada para a
frente da antena pelos refletores. Como a onda circular muda de sentido
ao ser
refletida, esta onda refletida está agora no mesmo sentido
LHCP da onda gerada
para frente, e portanto se somando construtivamente e contribuindo para
o ganho
da antena, desde que a distancia relativa refletores/dipolos esteja
correta.
Mais
alguns links:
http://www.jawoollam.com/tutorial_polarization.html
http://users.telenet.be/educypedia/electronics/javarf.htm
http://www.g6lvb.com/el/EntryLevelAO-2.htm
ou http://www.g6lvb.com/el/Entry%20Level%20AO.pdf
http://www.w1ghz.org/antbook/conf/Helical_feed_antennas.pdf
Satellite_Comms_Polarization.pdf
http://sv1bsx.50webs.com/antenna-pol/polarization.html
http://www.pa3guo.com/dk7zb.html
http://www.pa3guo.com/polarizer.html
O meu
programa RZ3
permite, entre muitas outras coisas, calcular a
inclinação de polarização
linear para satélites
geoestacionários, em função
da posição da antena
receptora e do satélite.
Bibliografia:
The
satellite experimenter´s
handbook.
by Martin
Davidoff
ARRL
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