Lá no início do século passado, a Av. Paulista além do glamour dos casarões e da nobreza possuía um Observatório Astronômico e uma estação meteorológica, acreditem.

Conhecido como Observatório de São Paulo era o principal observatório da cidade e foi construído por José Nunes Belfort de Mattos e inaugurado em 30 de abril de 1912, com a denominação de Observatório Astronômico e Meteorológico, e pela numeração da época situava-se no número 69 da avenida ao lado do Belvedere Trianon.

O Observatório da Avenida, casa do Dr. José Nunes Belfort de Mattos, ao lado do Boulevard Trianon (MASP) na Av.Paulista

O Observatório da Avenida, casa do Dr. José Nunes Belfort de Mattos, ao lado do Boulevard Trianon (MASP) na Av.Paulista

 

Os fundos do Observatório tendo em primeiro plano os equipamentos da Estação Meteorológica

Os fundos do Observatório tendo em primeiro plano os equipamentos da Estação Meteorológica

O Observatório, além de sede do Serviço Meteorológico e Astronômico do Estado de São Paulo, executava serviços como medição da hora oficial do Estado e estudos de Física Solar, Magnetismo Terrestre e de Sismologia, sendo que para estes últimos estavam destinados dois pêndulos Wichert de fabricação alemã.

Em 1928, com o crescimento da cidade, a avenida Paulista já se tornara um local não apropriado para o Observatório, pois o imenso movimento prejudicava tanto as observações atmosféricas quanto as medições sismológicas.

Foto do início do século passado mostrando o Observatório ao lado do Boulevard Trianon, ainda sem os tuneis da avenida 9 de julho.

Foto do início do século passado mostrando o Observatório ao lado do Belvedere Trianon, ainda sem os tuneis da avenida 9 de julho.

Por conta disto ele foi transferido para o Parque do Estado, no bairro da Água Funda localização considerada mais apropriada dentre as cogitadas, já que ainda hoje possui mais de 900.000 m² de Mata Atlântica, e onde nasce o histórico riacho do Ipiranga.

Assim, em 24 de abril de 1941 ocorreu a reinauguração do Observatório, em novo endereço, que passou a ser também a sede do Instituto Astronômico e Geofísico (IAG) da Universidade de São Paulo. Após a transferência do instituto para a Cidade Universitária, o local passou a abrigar o Parque de Ciência e Tecnologia da USP (CienTec), onde por conta do apelo turístico, há visitas e palestras para escolas e visitantes.

O Observatório da Avenida Paulista funcionou por entre 1912 até 1928, onde além das próprias atividades astronômicas e Meteorológicas era também a residência de Belfort Mattos, seu proprietário.

Entre 1916 e 1957, o Belvedere Trianon mostrando ao fundo o Observatório.Neste local será construido o MASP.

Entre 1916 e 1957, o Belvedere Trianon existiu, tendo ao lado do Observatório (ao fundo) até 1928. Neste local foi construido o MASP.

Ele faleceu em 1928 não deixando descendentes, e com isso a propriedade foi absorvida pelo Estado e o prédio demolido em seguida dando espaço à rua Itupeva (atual Rua Professor Otávio Mendes, ao lado do MASP), quando integrou o projeto de ajardinamento do Belvedere Trianon com o sistema viário do Túnel 9 de Julho.

Com isso os equipamentos do Observatório foram transferidos para o novo Observatório Paulista que ficava na zona sul de São Paulo (atual IAG-USP), no mencionado Parque do Estado.

O Cometa de Halley em sua passagem de 1910, foi um dos eventos inspiradores para a concretização do Observatório oficial da cidade, que passou a divulgar posteriormente informes científicos ao público sobre aquele fenômeno astronômico. O Dr. Belfort de Matos realizava suas observações astronômicas antes de tornar oficial o Observatório de São Paulo, além de ser o responsável pela a organização de um sistema de hora certa para a cidade, que já  se tornava uma necessidade para São Paulo devido ser uma cidade de muito dinamismo.

Documentos históricos relatam o ano de 1910 na escolha do local Observatório de SP, no chamado alto da Av.Paulista ao lado de um “espigão” a 815m de altitude, denominado Terraço da Bela Vista, conhecido como Belvedere Trianon, hoje ocupado pelo MASP.

O Dr. Belfort de Matos e o Observatório ainda presenciariam neve na capital paulista no início do século passado, algo impensável nos tempos atuais pelo menos por enquanto.

Uma frente fria, em junho de 1918, fez com que a temperatura caísse para 12°C negativos no planalto, e na Avenida Paulista, além do congelamento da água exposta ao relento e em depósitos de pequena profundidade, teve queda de neve em pequena quantidade.

Outras cidades do estado tiveram o abastecimento interrompido porque a água congelou nos encanamentos.

Se ainda existisse o Observatório de São Paulo, conhecido como Observatório da Avenida, estaria exatamente ao lado do MASP.

Se ainda existisse o Observatório de São Paulo, conhecido como Observatório da Avenida, estaria exatamente ao lado do MASP.

Sobre esta rua, que desce aos túneis da Av. 9 de julho, existiu um Observatório Astronômico

Sobre esta rua, que desce aos túneis da Av. 9 de julho, existiu um Observatório Astronômico


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